segunda-feira, 1 de abril de 2013

 Estou um bocado farta destas coisas, fartas das pessoas querem decidir o meu caminho, farta que queiram andar pelos caminhos que devida de ser eu a percorrer … 
 Parece que os sonhos de uma vida deixaram de ter sentido, parece que nunca soube lutar pelo que quis, parece que fiz tudo o que estava ao meu alcance para os conquistar, mas ao mesmo tempo, parece que nunca fiz nada…
 Não me sinto realizada, não me sinto capaz de lutar, de sonhar, de dizer basta a todas estas coisas…
 Olho em redor e parece que as outras pessoas lutam verdadeiramente por aquilo que querem, arriscam e fazem voos altos... eu que apenas fico assistindo cá em baixo, impávida,  sempre com o medo e com o receio imposto por alguém, sempre demasiado pensativa para o que se quer, sempre com uma vozinha constante, deixa-te estar aqui, que aqui é a tua zona de conforto, não arrisques, não sonhes, não projetes, não imagines, não nada, limita-te ao normal, limita-te ao banal, limita-te ao que sempre foi a tua vida, uma coisa chata onde não consegues agarrar a ponta do sentido que ela tem…
 Eu quero arriscar, quero sonhar, e sonhar cada vez mais alto, fazer sair do papel, os riscos e rabiscos que crio, faze-los reais, lutar por eles, dar um sentido à vida, que realmente, neste momento, não tenho….
 Sempre me limitei a aceitar o que me imponham, sempre me limitei a ouvir e calar, e se dizia alguma coisa, estava a faltar ao respeito, ou devia estar calada…
 A serio que estou farta de fazerem os planos que devia ser eu a projetar, e depois ainda dizem, apenas estou a assegurar o teu futuro, ou, apenas estou a ver se não sais magoada… então mas se eu quiser cair, magoar-me, levantar, cair de novo, chorar, e levantar-me mais uma vez?
 Farta de, não vás por ai, é tempo perdido, não vás por ai vai dar errado, eu sei… e se eu quiser ver se dá, e se eu quiser experimentar… não tenho direito a tal? Porquê? Apenas limitam-se a barrar-me a entrada e que escolha outro caminho, mas tem de estar de acordo com o que se deseja e quer…. E depois ainda perguntar, então o que e que queres?

Deixem-me sonhar, é o que eu quero….

2 comentários:

  1. "[...]deixa-te estar aqui, que aqui é a tua zona de conforto, não arrisques[...]"

    Sinto o mesmo. Não sei se será comodismo ou hábito, mas luto bastante contra esse sentimento de impotência que o meu cérebro parece fazer-me sentir cada vez que posso realizar algo que tem valor ou que dou importância.

    E também concordo contigo... se não cairmos, não aprendemos a levantarmos-nos. Existe um filme que fala sobre esse assunto. "ReGeneration", em que os pais fazem de tudo para que os seus filhos não sofram as consequências dos seus erros. É assustador criar um filho apenas e só para subir escadas, sem o ensinar a descer e subir. Sem o ensinar a dar valor.

    Hoje (01-04-2013), deu no Sociedade Civil o tema "Como se mede a Inteligência?". E falaram precisamente no facto de os pais pressionarem os filhos para terem sucesso na vida, e serem muito mais e melhores do que os outros. Uma concorrência que aperta de geração em geração.
    (Se quiseres, eu arranjo-te o video)

    Julgo já ter escrito algo semelhante ao que escreves-te por aqui, mas também escrevi outras criticas, tanto aos pais como à sociedade. Felizmente reconheces o teu meio ambiente, o suficiente para não seres manipulada constantemente.

    Sê diferente, mas consciente.

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    1. Obrigada pelo comentário, e pelas palavras, concordo contigo, excesso de zelo na vida não faz bem a ninguém, deixa-nos incapazes de conquistar as coisas com mérito, e não nos deixa crescer como era suposto...

      "Sê diferente, mas consciente" Gostei :)

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