terça-feira, 14 de maio de 2013



Cada vez vejo que não me conheço
Desconheço cada recanto do meu ser, cada traço da minha pessoa. A cada passo que dou pergunto-me quem sou, olha insistentemente para o que passou, continuando sem saber o que me levou até onde estou.
Sinto-me de todo o mundo, e de todo o mundo não me sinto parte
Sinto-me apenas uma semente, pequena e indefesa correndo por caminhos desconhecidos esperando que ninguém a pise, ou que alguém a socorra dando-lhe um lugar seguro onde ficar.
Sinto-me incompreendida, até mesmo por mim, que nem sei o que ei de compreender, sinto-me sozinha no meu ser, abandonada até por mim
Apenas ando vagueando, esperando que tais sentimentos se fiquem pelo caminho que piso, ou que eles simplesmente definam o que sou ou o que quero ser.

7 comentários:

  1. O teu texto fez-me lembrar vários que escrevi sobre mim. Contra mim.
    http://sonhosembranco.blogspot.pt/2013/03/as-cores-desapareceram.html
    http://sonhosembranco.blogspot.pt/2012/09/sou-uma-concha-vazia.html

    Talvez o texto mais auto-critico que escrevi de mim mesmo, foi o "És estúpido...".
    http://sonhosembranco.blogspot.pt/2010/06/es-estupido.html

    Já passei, e muito raramente volto a passar, pelo sentimento de não me conhecer realmente. Mas o esforço é feito todos os dias, para me compreender mais e melhor. Para dissecar e esmiuçar o que não me entra na cabeça de boa vontade.
    Ante-ontem vi na Fnac um livro com o titulo:
    "O problema deste lugar, é que eu sou daqui!".
    Eu prefiro usar a frase de outra maneira:
    "O problema deste lugar, é que eu não sou daqui, mas também não sei a onde é que pertenço."

    Começo também a notar, que aquilo que conquistei por ser um rapaz calado e "diferente" ou "estranho", tem vindo a dar frutos, pois começo a adquirir coisas para o tipo de pessoas com a minha idade. Começo a chamar mais gente com cabeça "madura" para o tipo de assuntos e textos que escrevo. Não é pela publicidade, porque não vejo nenhuma, mas é pela mentalidade de quem "me procura" e "encontra". Porque as pessoas crescem, tomam consciência do que realmente é mais importante ou mais interessante de se pensar e falar.
    Tomo com um exemplo o meu irmão, que tem vários blogs, sendo um deles o mais conhecido "http://pensamentoinfinito.blogspot.pt/". Noto que ele está a perder "clientela" e eu a ganhá-la, pelo simples facto de eu não falar em coisas que agradavam à garotada que seguem os blogs dele. Ele tem sucesso (no blog), conheceu muita gente à conta disso. Mas perdeu em cultura auto-pessoal. Não o condeno nem o estou a criticar, mas acontece com toda agente. E sei, acredita, que ele sabe de falar sobre muita coisa, mas aquilo que começa a interessar às pessoas que têm vindo a crescer e que sempre seguiram o blog dele, está a mudar. Pelo menos é essa percepção que tenho.
    Eu criei uma "bagagem" ao longo de vários anos, apesar de ter o "entrave" de ser um rapaz muito tímido, muito calado e muito Sui Géneris. No entanto, mais tarde ou mais cedo, o esforço "invisível" irá dar mais frutos para a minha vida pessoal (acredito) do que a gente que sempre falou e só sabe falar sobre 2 ou 3 temas que interessaram e tiveram furor, mas que hoje já não é bem assim.

    "Sinto-me apenas uma semente, pequena e indefesa correndo por caminhos desconhecidos esperando que ninguém a pise, ou que alguém a socorra dando-lhe um lugar seguro onde ficar."
    Gosta de ser um príncipe para alguém que se achasse um "monstro".

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    Desculpa escrever tanto, mas tenho sempre muito para dizer. :)

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    1. Gostava* de ser um príncipe para alguém que se achasse um "monstro".

      Passo grande parte do tempo a pensar, que se calhar, eu é que estou errado por ser como sou. Mas espero que seja só uma parvoíce minha...

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  2. Obrigada pelo comentario Paulo,
    (Vejo que o talento da escrita é uma coisa que corre nas veias da vossa familia)

    Em relaçao ao texto e ao seu comentário, a verdade é que nao me sinto assim a todo o tempo, mas sim numa grande parte dele, porque muitas vezes me sinto sozinha, e sinto que nao posso confiar em ninguem verdadeiramente, porque (quase) todos em que confiei para terem esse cargo, desiludiram-me ou "apunhalaram-me pelas costas", então acho que, desda minha ultima grande desilusam a nive de amizades, preferi guardar para mim e ficar escrevendo rabiscos numa folha de papel onde ninguem visse nem soubesse o que sinto, ou o que se passava, porque para maior parte das pessoas que me conhecem ou sou simplesmente uma rapariga que nunca esta de mal com a vida que sorri sempre que alguem olha, e que ouve a aconcelha quando alguem percisa.
    "eu é que estou errado porque sou como sou", definitivamente o que ultimamente sinto em palavras mais sintetisadas...

    obrigada :)

    ps. Nao interessa o tamanho do comentario, mas sim o seu conteudo, é o que penso...

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    1. "...preferi guardar para mim e ficar escrevendo rabiscos numa folha de papel onde ninguem visse nem soubesse o que sinto, ou o que se passava..."

      Escrevo e exponho muito de mim no blog, o que me trás um certo problema a nivel... social, porque eu não gosto que as pessoas que me conhecem e se dão comigo pessoalmente, metam o bedelho ignorante e critico só porque sim, naquilo que escrevo, partilho e sinto.
      Tenho facebook, e já pensei que partilhar aquilo que faço para chegar a mais gente, mas como já referi, não é do meu agrado. Não quero que me "conheçam".
      Já sei. Sei que estou a ser hipócrita ao partilhar no blog, certas coisas que eu não quero que saibam, mas já me habituei. Além disso, é-me fácil falar bem ou mal de mim próprio. Porque estou preparado, no blog, em escrever, em argumentar. Tenho tempo para falar e ninguém me atropela.

      Já vi o meu irmão ser criticado pelos textos que escrevia. Bastou apanharem-lhe o blog e lerem um texto mais "estranho" para eles, que o fuzilaram na escola toda. Acredita, não é mentira. Podes perguntar-lhe.
      Por isso, tal como já referi, tento que aquilo que exponho, fique no blog. Assim, quando lerem um texto, sabem e podem ler muitos mais. Não ficam com uma opinião de gozo contra mim, mas talvez "admirados". Espero.

      Para mim é fácil falar o que muitos não têm "coragem". Não vou dizer que não tenho medo das consequências ou das criticas.
      Uso uma máscara bem gorda cada vez que saiu de casa. Não é porque eu gosto, mas porque me habituei. Sou gozado e nunca fiz mal a ninguém, e é fodido quando o que eu quero é sorrir e beijar sem medo, e eu próprio não me deixo. E não falo só sobre estar em público, mas também sozinho no quarto. Não tenho namorada, mas também me começa a ser difícil ser verdadeiro, porque as raparigas que tive, nunca respeitaram aquilo que lhes dei.

      Não sei se tens msn, mas vai à minha página no Google+ e adiciona-me, gostava de um dia poder falar mais contigo. :)
      https://plus.google.com/105760206428130356495/about

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    2. Eu sou um pouco assim, não partilho o meu blog com quase ninguem que conheça , e essas poucas pessoas são me bastante proximas, por isso nao tenho esse problema de gozo, mas acredito plenamente quando falas que gozaram o teu irmão quando souberam e leram o que ele escrevia, acho que essas pessoas que gozam pelo que escrevemos ou deixamos de escrever nunca viram realmente como somos o que sentimos os que pensamos... apesar da escrita nao ser o pensamento puro em si, mas sim transformado, já dizia Fernando Pessoa.
      Nao percebo essas coisas de gozo por se expor o que sentimos, será apenas ignorancia de quem goza ou alguma dor de cotovelo por não o conseguir exprimir o que sentem?

      Eu aqui exponho uma parte do que sou, do que penso, e do que passo, mas não tenho a dita coragem de expor o meu blog a qualquer pessoa, talvez seja por esse medo, ou coisa do genero de ser gozada e de apontarem o dedo dizendo algo do género "ui escrevo coisas tao bonitas e profundas", em fim, medos que nem sei se teem razao de ser!

      ps. ja te sigo no google + :)

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    3. O objectivo era adicionares-me no MSN. :)

      É difícil sair da concha. Mas pergunto-te. Como serias para a pessoa que amas? Fechada e com um pé atrás, ou... desinibida?

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    4. ah ok...

      acho que seria timida q.b mas desinibida, isso so com o tempo...

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